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sexta-feira, 2 de maio de 2014

A forma é o conteúdo? Ou a história do copo de leite

Pode-se dizer que vivemos uma época em que o aspecto conta mais do que a essência. Contudo, essa época não começou agora, pelo que também já provocou a reacção contrária, isto é, a essência é novamente valorizada. Mas quererá isso dizer que o aspecto está condenado a perder outra vez importância? Ou ganhou estatuto que já não perde e tende a confundir-se com a própria essência?

Falando de comunicação - obviamente -, sabemos que uma boa embalagem ajuda a vender, mas que o produto tem que satisfazer. Da mesma forma, sabemos que um conteúdo comunicacional, mesmo que tenha qualidade, necessita de ser bem "vendido", seja o conteúdo a mensagem de uma empresa, de uma força política ou de um centro de investigação. Uma marca forte que lance um produto esteticamente atractivo mas fraco de utilização terá sucesso? Um político-galã ainda conseguirá seduzir eleitores? Uma descoberta científica importante terá eco se não for descodificada para o cidadão comum?

Por outras palavras, recordemos aquela história do copo de leite: uma nova variedade de leite, extremamente saudável, que é dada a provar num copo... notoriamente sujo. Com a atenção inevitavelmente focada na sujidade, quem vai conseguir concentrar-se no conteúdo, por mais que se argumente que "o que interessa é o leite, não o copo"?

Assim sendo, parece que a fronteira entre forma e conteúdo tende a esbater-se.
É caso para admitir que "a forma é o conteúdo"?

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